terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Corridas de Toiros


A razão de ser da utilização desta terminologia é comum a Portugal e Espanha. Desde as Festas Reais que os Toiros «corriam» pelas ruas em direcção ao local dos festejos.
Em Portugal, após a proibição da morte de toiros, decretada pelo Marquês de Pombal em consequência da dramática Corrida de Salvaterra, os toiros depois de lidados eram largados novamente para a rua para gáudio popular.
Nasceu assim essa tradição, que se preserva em muitos lugares, dos «encierros», das «entradas», das «esperas» e das «largadas». Foi esta participação popular nas Festas Tauromáquicas dos Festejos Reais e aristocráticos que muito contribuiu para o enraizamento das actividades tauromáquicas no sentimento e no gosto popular.
O Toiro, esse animal místico e feroz, não era apenas um privilégio das caçadas e das façanhas dos grandes senhores, mas de qualquer um que podia mostrar nessas ocasiões a sua coragem e destreza.
Os grandes festejos reais eram normalmente realizados nas praças mais simbólicas das capitais dos Reinos. Em Lisboa no Terreiro do Paço, em Madrid na Plaza Mayor, em Sevilha na Plaza de S. Francisco. A participação popular nesses festejos antes e depois, representa assim a mais importante fonte da afirmação da Festa.
O Povo adoptou para si uma tradição aristocrática.
A construção das primeiras Praças de Toiros teve tudo isto em atenção. Foram construídas às portas das cidades para permitir estas actividades populares.
O Arenal de Sevilha e a própria Maestranza, a Praça das Portas de Alcalá de Madrid, a Praça de S. Domingos em Santarém e a Palha Blanco em Vila Franca, são disso exemplos.
Praças algumas delas que já não existem mas que foram símbolos do início do toureio moderno, quer em Espanha quer em Portugal.
Algumas curiosidades sobre as Praças simbólicas da Tauromaquia irão também ser descritas neste Blog.
Comecemos pela mais antiga. A Praça das Portas de Alcalá em Madrid.
Construída em 1754, a última Corrida aí realizada foi em 16 de Agosto de 1874.
Nesses 120 anos realizaram-se aí 2.548 Corridas de Toiros, lidaram-se e mataram-se 23.056 Toiros. Nela perderam a vida 18 Lidadores.
Oito eram Picadores, quatro subalternos e seis Matadores.
Entre estes, Pepete e Roque Miranda, mas também o célebre Pepe Illo, cuja morte em praça veio a ter um impacto muito forte, que impressionou toda a Península Ibérica e constitui um marco decisivo na História da Tauromaquia.

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